A insuficiência familiar: Reflexões a cerca da potencialidade de seus membros 1

Fernanda Maria Fávere Augusto – Assistente Social

old and young holding hands

Atualmente, o conceito de insuficiência familiar assume a característica de Síndrome Geriátrica e é considerada um dos sete gigantes da Geriatria. Levando à reflexões pertinentes ao cuidado e trato da pessoa idosa, em especial numa condição de fragilidade e/ou vulnerabilidade social, quando a família é considerada a principal e muitas vezes a única provedora e responsável por garantir direitos mínimos, humanos e dignos, tal qual preconiza o Estatuto do Idoso (2003), em seu artigo 3º: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

Nesse sentido, colocando-a em primeiro plano é de maneira implícita a obrigatoriedade em “dar conta” de tantas questões complexas que envolvem a velhice (projetos de vida, doença, perdas), que cabe uma pergunta: Estão preparados os familiares a receberem o idoso, quando numa condição de dependência física e/ou cognitiva?

Embora com uma política que respalde práticas de cuidado, como foi possível expor anteriormente, fica uma lacuna entre o ideal e o real, ao qual encontra-se o possível, parafraseando Henri Lefebvre, em que milhares de famílias recebem a nomeação de insuficientes, quando a idealização de direito que seria de prover cuidados amplos e dedicarem-se de maneira integral a uma dada situação, são impelidas por limitações de programas e serviços (seja na área da saúde ou da assistência) com critérios de inclusão / exclusão que restringem a participação, seja por questões territoriais, econômicas ou ainda de ausência de recurso humano.

Em detrimento disso, muda-se também o conceito de família, considerada pelo IBGE (2014) como: “[…] conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência (grifo nosso) , que residem na mesma unidade domiciliar ou sozinhas”, ou seja, compreender que a familiaridade, nesse sentido, é estabelecida com relações de apoio mútuo.

1 Texto publicado originalmente em Abril/2017, no Blog Elo Sênior. Disponível também em: <https://www.elosenior.com/single-post/2017/04/24/A-insufici%C3%AAncia-familiar-Reflex%C3%B5es-a-cerca-da-potencialidade-de-seus-membros>.

Borboletas: a construção de uma vida

borboletas

“Ganhei uma pequena ampulheta de vidro. De longe o punhadinho de areia colorido parece levitar. E quando manipulada, um fio cor-de-rosa escoa muito rápido. Tão rápido que o tempo que ele marca parece ser apenas o “agora”. Ou será que é do próprio tempo passar assim tão rápido?” (Critelli, D. Folha de São Paulo – Outras idéias 04/01/207)

Rafael Ludovico Moreira – Musicoterapeuta

Podemos entender a vida como um conjunto de acontecimentos que se sucedem e demarcam uma trajetória. Durante essa caminhada fazemos planos, criamos expectativas, imaginamos, fantasiamos o que no momento entendemos como melhor. Mas o que é melhor? Como viver com plenitude?

Diversos autores elaboram teorias, esquemas, estratégias, como em uma receita de bolo esquematizam ingredientes (sentimentos e pessoas) e procedimentos (condutas que devem ser tomadas durante a vida para uma pseudo-plenitude).

Particularmente não acredito em receitas e penso que nem todos os planos satisfazem os nossos reais desejos e vem de encontro ao que precisamos realmente (sem contar que planejamento não garante estabilidade e/ou sucesso).

Ouço muito de pacientes ou cuidadores de pessoas fragilizadas questionamentos como “Por que isso está acontecendo?; Por que meu familiar deprimiu? Demenciou? Se esqueceu de mim?; O que acontecerá agora?; Como será depois?; Fizemos planos, e eles se esvaíram. Por quê?

Sempre respondo (acredito que de maneira não muito satisfatória para quem escuta), que infelizmente não tenho respostas, gostaria, mas não as tenho. Não é possível reduzir um vida em frases simplórias, sem fundamentação, sem conhecer e compartilhar experiências. Penso que a vida é constante transformação e adaptação.

Para algumas culturas a borboleta pode significar transformação, transmutação, suas asas são coloridas, podem simbolizar beleza, seu voo pode representar inconstância, efemeridade, novos projetos. Algumas pessoas tatuam esse animal em seu corpo buscando representar a capacidade de se readaptar.

Penso que podemos imaginar nossa vida, nossa caminhada, como feita de borboletas. Precisamos entender que adaptar-se às dificuldades lançadas em nossa caminhada fazem parte dessas constantes evoluções. Como dito anteriormente, não sei por que algumas coisas acontecem, mas elas aparecem e precisamos aprender a desenvolver essa plasticidade, essa capacidade de adaptação.

O tempo se esvai constantemente, nos consumindo, roubando momentos, no entanto todos sabemos (ou deveríamos saber) dessa invariável da vida. Não cabe reclamar pelo que nos acontece ou planejar avidamente um futuro incerto, cabe-nos entender como funciona essa grande engrenagem que se chama vida e saber colher os mimos que nos são presenteados, suspiros, sorrisos, conquistas, aromas, manhãs de primavera e noites estreladas, afinal, como já cantou o poeta:

“Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe?
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei.
[…]
Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.
[…]
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
(Sater, 1992)

Referências

(Critelli, D. Folha de São Paulo – Outras idéias 04/01/207)

Sater, A. Música Tocando em frente. Ano de lançamento 1992

A atuação do psicólogo em Centro-dia para idosos

Atividade com a Psicóloga

Atividade com a Psicóloga

14804775_1395043267192207_855876127_n

Atividade com a Psicóloga

Priscila Leite – Psicóloga

Provavelmente você já deve conhecer algumas das diversas áreas de atuação e contextos em que o Psicologo está inserido, como hospitais, consultórios, escolas, empresas, clínicas especializadas, psicotécnicos etc. Mas você sabe o que faz um psicólogo em um Centro-dia para idosos?

 

O ingresso em um Centro-dia para idosos, ou em qualquer outro serviço de atenção ao idoso que implique em mudanças na rotina do indivíduo, traz diversas implicações de ordem subjetiva – em maior ou em menor grau – no que tange à socialização, autonomia, autoimagem, dentre outras reconfigurações da personalidade e subjetividade, que assinalam a importância de intervenções e ações bem planejadas junto a esta população.

É importante lembrar que o psicólogo é o profissional que estuda e analisa as relações interpessoais e processos intrapessoais, de forma a compreender o comportamento humano individual e de grupo. Ao aplicar os conhecimentos teóricos e técnicos da Psicologia no âmbito da velhice e do envelhecimento, o psicólogo precisa levar em conta a articulação entre a subjetividade, situações sociais, políticas,  econômicas, históricas e culturais para atuar de forma adequada.

Nesse sentido, a “Psicogerontologia”, cada vez mais, vem se consolidando como um conjunto de conhecimentos e um campo importante de atuação profissional junto à velhice. Sua configuração interdisciplinar tem como objetivo abordar os processos psíquicos do envelhecimento como construção histórica e permanente da subjetividade.

Portanto, o serviço especializado em Psicogerontologia do Centro-dia Angels4U atrela-se ao rol de trabalhos da equipe multidisciplinar que assegura qualidade de vida, cuidado humanizado e dignidade ao idoso que o frequenta.

As intervenções psicogerontológicas constituem um trabalho com oficinas (cognitivas, psicomotoras e socioterapêuticas) e atividades em grupo socioeducativo, com o objetivo de promover acolhimento, cuidados especializados, possibilitar o aflorar de reminiscências, de emoções, favorecer o sentimento de pertencimento e autoeficácia, melhorando o senso de bem-estar subjetivo e contribuindo para maior desenvolvimento cognitivo e socioafetivo dos idosos. Também são realizados grupos de escuta e orientação aos familiares em conjunto com a equipe multidisciplinar.

Há de ser visar no planejamento e desenvolvimento das atividades a capacidade funcional, cognitiva e emocional, os recursos internos, as demandas e os interesses dos idosos, valorizando suas vivências pessoais e respeitando as diferenças individuais. Por meio de medidas educativas e estratégias psicológicas, o psicólogo vai preparar o idoso para enfrentar os limites e usufruir das possibilidades da sua idade.

Referências

Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/atr_prof_psicologo.pdf>. Acesso em: 20 set 2016.

LOPES, R. G. C.; GOLDFARB, D. C. Prefácio. In: CORTE, B.; LOPES, R. G. C.; GOLDFARB, D. C. (Org.). Psicogerontologia: Fundamentos e Práticas. Curitiba: Juruá, 2009.

O dinheiro na 3a idade: da preocupação à liberdade

Público alvo:
Todos aqueles que estejam interessados em garantir uma vida saudável na 3ª idade.

Carga horária:
02 horas.

Certificação: aos presentes.

Data do Curso: 16/01/2016 – Sábado  15 às 17h.

Investimento: R$ 40,00 em depósito bancário.

Conteúdo Programático:

  • Uma relação saudável com o dinheiro pode trazer tranquilidade para a velhice
  • Em meio a tanta instabilidade, garanta o controle da sua vida financeira
  • O dinheiro e os relacionamentos familiares: estabeleça diálogos construtivos
  • Indo além da necessidade básica dos cuidadores e dos medicamentos
  • Resiliência na terceira idade: onde a visão material do dinheiro não alcança

 

Professores:

CRISTINA MONTEIRO: Psicóloga pela PUC-SP, pós-graduada em Psicopedagogia pelo Instituto Sedes Sapientiae, Coach em Resiliência pela Sociedade Brasileira de Resiliência e psicanalista pelo IPLA (Instituto de Psicanálise Lacaniana). Atuou com treinamentos em diversas organizações dentro e fora de São Paulo. Há nove anos realiza palestras com foco em desenvolvimento pessoal e profissional. Diretora do Ponto de Palestras e Treinamentos.

 LUIZ MONTEIRO: Economista pela FEA-USP e Coach pelo ICI (Integrated Coaching Institute). Doze anos de experiência na realização de treinamentos e palestras com Recursos Humanos. Foi Auditor Fiscal da RFB de 1980 a 2013. Durante vinte anos trabalhou na área de Comunicação da Receita Federal, tendo participado de centenas de entrevistas na mídia. Diretor do Ponto de Palestras e Treinamentos.

Observações:

  • O início do curso está sujeito à confirmação conforme formação das turmas com número mínimo de alunos;
    • Não haverá reembolso em caso de desistência ou ausência do aluno no curso.

 

Mediando Conflitos e Aproximando os Relacionamentos Intergeracionais

btn_inscrevase

No curso Mediando Conflitos e Aproximando os Relacionamentos Intergeracionais  serão trabalhados temas como os dilemas enfrentados na arte de se relacionar, Uso da Comunicação Não-Violenta (CNV) com idosos e compreensão sobre as gerações e como as diferenças podem aproximar.

Público alvo:
Todos aqueles que estejam dispostos a treinar um novo olhar frente às diferenças que atualmente perturbam os relacionamentos intergeracionais.

Carga horária:
8 horas distribuídas em  4 módulos.

Certificação:
mínimo de 75% de frequência.

Duração do Curso:
Quintas-feiras das 19 às 21h.
Início: 06/08/2015 e Término: 27/08/2015

Sábados das 9 às 13h.
Início: 08/08/2015 e 22/08/2015

Investimento:
R$ 150,00 no boleto bancário ou depósito.

Conteúdo Programático:

  • Políticas de atenção básica à saúde do idoso;
  • A necessidade de se pensar os dilemas enfrentados na arte de se relacionar.
  • Compreender a mediação como facilitadora para a resolução de conflitos.
  • O conflito como uma oportunidade de crescimento e tomada de consciência.
  • O sentido macro da mediação de conflitos: indo além de apaziguar angústias.
  • Uso da Comunicação Não-Violenta (CNV), da empatia e de outras ferramentas
  • Provocando novas posturas frente a um mundo em permanente transformação.
  • Compreendendo gerações: porque a diferença pode aproximar.
  • A inserção mediação no ambiente de cuidadores proporcionando desenvolturas e novos modos de estar no mundo.

Professores:

Palestrante: CRISTINA MONTEIRO
Psicóloga pela PUC-SP, pós-graduada em Psicopedagogia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Coach em Resiliência pela SOBRARE (Sociedade Brasileira de Resiliência). Atuou com treinamentos em diversas instituições, tais como Pró-Concurso Educacional, Secretaria da Fazenda, CIEE, ESAF etc. Há nove anos realiza palestras e treinamentos com foco em desenvolvimento pessoal e profissional.  Atualmente é sócia-proprietária e palestrante do Ponto de Palestras e Treinamentos (www.pontodepalestras.com.br) e psicóloga clínica (abordagem psicanalítica).

Observações:
• O início do curso está sujeito à confirmação conforme formação das turmas com número mínimo de alunos;
•Não haverá reembolso em caso de desistência ou ausência do aluno no curso;

btn_inscrevase