Dia Mundial da Doença de Alzheimer

dia 21 de setembro foi instituído pela Associação Internacional do Alzheimer (ADI), como o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Sendo atualmente a doença que mais acomete a população idosa, tornou-se também motivo de inúmeras pesquisas infindáveis pela busca de sua cura, o que por ora não aconteceu. Dessa forma, nós, do Centro-dia Angels4U compreendemos que para cuidar é preciso conhecer e apreender, caso contrário a jornada do cuidado pode ser um “longo caminho percorrido no escuro”. 

Atividade no Centro-dia Angels4U

             Em 2018, a Campanha “Alzheimer: Eu não me esqueço” foi divulgada nas redes sociais e demais meios de comunicação, chamando a atenção de profissionais que até então nunca tiveram contato com o tema Demência. Este ano, a campanha é intitulada de “Vamos conversar sobre Demência”, abaixo, um breve texto lançado no ano anterior que aborda a doença em sua causa, sintoma e prevenção. Então, façamos o convite a você Cuidador – Familiar: “Vamos conversar sobre Demência”?

Alzheimer: “Eu não me esqueço”. Foi tema do dia mundial do Alzheimer em 2018

            A doença de Alzheimer acomete o córtex cerebral, e foi apresentada em 1906 pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915) durante um congresso científico na Alemanha. Para a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a data (21 de setembro) é uma oportunidade para sensibilizar a população, as entidades públicas e privadas de saúde, bem como os profissionais da área, para essa doença que acomete mais de 1,2 milhão de brasileiros.

             Caracterizada como uma doença degenerativa, progressiva e irreversível, a doença de Alzheimer não tem cura, mas pode ser tratada a fim de amenizar os sintomas. O Alzheimer afeta a memória, a fala e a noção de espaço e tempo do paciente, podendo provocar apatia, delírios e, em alguns casos, comportamento agressivo. Um dos primeiros sintomas é a perda de memória para fatos recentes. Depois, ocorre a desorientação quanto a lugares e datas e mudanças de humor e comportamento – irritabilidade e agressividade. Na fase avançada, a pessoa pode ter alucinações, dificuldade na fala e na alimentação. Além disso, pode não reconhecer mais os familiares e tornar-se totalmente dependente.

 Causas:

                Em geral, a doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas da doença não são totalmente conhecidas e alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença, como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada.

                Pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, sugere sete medidas que podem evitar milhões de casos de Alzheimer em todo o mundo. Os fatores são ligados ao estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação. Para os cientistas, metade dos casos da doença no mundo se deve a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até três milhões de casos.

                O diagnóstico é clínico e feito através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e posteriormente por meio de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética).

Um paciente pode demorar anos para saber que é portador de Alzheimer, pois sintomas como perda de memória e raciocínio lento, podem ser interpretados pelos parentes como conseqüências do envelhecimento e não uma enfermidade.

Tratamento:

                Até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma melhor qualidade de vida, mesmo na fase grave da doença. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas existentes, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha uma progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independente nas atividades da vida diária por mais tempo. Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico.

                As vantagens e as desvantagens de cada medicação e o modo de administração devem ser discutidas com o médico que acompanha o paciente. Os efeitos positivos, que visam à melhoria ou à estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade, porém, a resposta ao tratamento é individual e muito variada.

                Há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade. O treinamento das funções cognitivas como atenção, memória, linguagem, orientação e a utilização de estratégias compensatórias são muito úteis para investimento em qualidade de vida e para estimulação cognitiva. Pacientes mais ativos utilizam o cérebro de maneira mais ampla e frequente e sentem-se mais seguros e confiantes quando submetidos a tarefas prazerosas e alcançáveis. A seleção, frequência e distribuição de tarefas devem ser criteriosas e, preferencialmente, orientadas por profissionais.

                Com o intuito de auxiliar os pacientes, algumas famílias ou cuidadores tendem a sobrecarregá-los com atividades que julgam poder ajudar no tratamento, desfavorecendo resultados e correndo o risco de criar resistência ou de tornar o ambiente tenso. A qualidade e a quantidade de estímulos devem ser monitoradas e avaliadas a partir da resposta dos pacientes. É de fundamental importância para a adesão às propostas que essas atividades sejam agradáveis e compatíveis com as capacidades dos pacientes.

                O tratamento não farmacológico engloba os seguintes aspectos: estimulação cognitiva, estimulação social, estimulação física, organização do ambiente e tratamentos específicos para problemas específicos. A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas.

 Prevenção:

                O estilo de vida é muito importante para prevenir o Alzheimer. Quanto mais cedo houver uma mudança de hábitos, mais fácil minimizar o problema. Algumas dicas:

– estimular o cérebro: mantenha o cérebro ativo aprendendo algo novo, um idioma, um instrumento, palavras cruzadas, etc. A leitura também é um ótimo hábito para o cérebro reter informações, treinando várias funções;

– exercitar-se: 30 minutos de atividade física de três a cinco vezes por semana. Para esta faixa etária recomenda-se a prática de natação, caminhada ou até mesmo subir escadas em vez de ir de elevador;

– ter uma alimentação saudável e balanceada: vegetais, peixes e frutas têm ótimos nutrientes para o cérebro, assim como óleos vegetais ricos em Ômega 3;

– controlar o diabetes e a pressão arterial: os dois problemas são comuns nesta faixa etária e podem aumentar o risco de Alzheimer e de outros tipos de demência em até 50%;

– tomar sol ou suplementar com Vitamina D: um estudo publicado em agosto de 2014 na revista Neurology apontou que as pessoas com idade avançada que não recebem quantidades suficientes de vitamina D correm mais riscos de apresentar demência.

 

Leia mais: <http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2791-alzheimer-eu-nao-esqueco-e-tema-do-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-2018>. Acesso em: Setembro/2019.

A escuta em musicoterapia como ferramenta potencializadora do processo de cuidado

Paulo R. Betencourt – Musicoterapeuta

Musicoterapia é a utilização da música e ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitiva) para desenvolver potenciais e desenvolver ou recuperar funções do indivíduo  de forma que ele possa alçar melhor integração  intra e interpessoal e consequentemente uma melhor qualidade de vida” –   Federação Mundial de Musicoterapia, 1996 (Ruud, 1998)

A música sempre foi um instrumento de auto conhecimento e expressão daquilo que somos e desejamos ser. Através dela podemos criar um processo rico e transformador. Mas não basta apenas participarmos de atividades específicas. Temos que incluí-la em nossa vida como uma ferramenta que possibilita a maior percepção e escuta, seja ela interna ou dos espaços que nos cercam.

Neste sentido se faz importante algumas dicas para enriquecer ainda mais esta experiência sonora:

Em nossos encontros e processos sempre trabalhamos a importância da escuta e de como se abrir a esta experiência possibilita um contato maior com o que somos e com o espaço sonoro que nos cerca e com os afetos.

Lembre-se: ESCUTAR é diferente de OUVIR, pois tal prática envolve um comprometimento continuo de perceber e compreender os acontecimentos em nossa volta. Neste sentido criar o habito de escutar o ambiente que nos cerca e percebê-lo nos traz maior saúde,alivia as tensões e proporciona bons encontros com a vida.

A escuta é a arte que compõe e que inventa. É uma escuta que percorre diferentes caminhos – (Escuta do silêncio, de sons, ruídos, de músicas, dos desejos).

Nas experiências receptivas (ESCUTAR) podemos escutar música e responder a experiência de forma silenciosa, verbalmente ou através de outras expressões. A experiência de ouvir pode enfocar os aspectos físicos, emocionais, intelectuais, estéticos ou espirituais. Seus aspectos são:

  • Promover a receptividade;
  • Evocar respostas corporais especificas;
  • Estimular ou relaxar;
  • Desenvolver habilidades áudio-motoras;
  • Evocar estados e experiências afetivas;
  • Explorar ideias e pensamentos;
  • Facilitar a memória, as lembranças, e as regressões;
  • Evocar fantasia e imaginação;
  • Experiências espirituais e afetivas.

 “Na musicoterapia, o processo de resolver “problemas musicais” é concebido de forma semelhante ao processo de resolver “problemas da Vida”, e acredita-se que as habilidades adquiridas para encontrar soluções musicais se generalizam para situações da vida”. (BRUSCIA,2000)

Interagir com os instrumentos cria contato e amplia a escuta. Os timbres, ritmos, intensidades, textura e outras qualidades e características da música e de cada instrumento existente possibilita este encontro de potencialidade.

Veja algumas possibilidades de instrumentos: Porque não comprar um de seu gosto e interagir em casa com seus familiares e na relação de cuidado com o idoso ? Quem sabe apenar brincar um pouco?

 

SILÊNCIO COMO POTENCIAL CRIATIVO

Música não é somente SOM mas também SILÊNCIO! O silêncio ele não existe, pois sempre quando silenciamos podemos escutar outros sons mais sutis. PARA ONDE VAI A MÙSICA QUANDO ELA NÃO ESTA SENDO TOCADA?

  • “O silêncio é um espaço de conexões, uma abertura aos insights”
  • “O silêncio é uma caixa de possibilidades. Tudo pode acontecer para quebrá-lo. É a característica mais cheia de possibilidades da música”.

A VOZ E O CANTAR HUMANO

  • A voz está intimamente ligada ao que há de mais subjetivo em nós.
  • A música revelará o início do reencontro com a própria identidade, colocando-o como agente e sujeito da ação, aumentando a percepção de seus próprios sentimentos, emoções e conflitos, e consequentemente, possibilitando o relacionamento com o outro e a inserção no discurso cultural”

Desta maneira através de uma ESCUTA atenta e ativa podemos interagir seja com os instrumentos, com o canto, com o silêncio e assim ir percebendo a nós mesmos e o outro. Isso se chama encontro.

Também podemos improvisar e encontrar inúmeras possibilidades de escuta neste processo, entre elas citamos:

  • Sentido a auto-expressão e a formação da identidade;
  • Explorar os vários aspectos do eu na relação com os outros;
  • Desenvolver a capacidade de intimidade interpessoal;
  • Desenvolve habilidades grupais;
  • Desenvolve a criatividade, a liberdade de expressão, a espontaneidade e capacidade lúdica;
  • Estimula e desenvolve os sentidos;

“Quando improvisamos ou resolvemos problemas musicais somos atores mudando nossa vida e emoção, somos agentes de transformação da nossa

Dica de Filmes: O som do coração – 2007(EUA) / A Música Nunca Parou, 2011 (EUA)/  A vida no paraíso, 2003 (Suécia) /  Sokout (Silêncio) – 1998 (Irã) /Vermelho Como o Céu, 2006 (Itália)

 

Centro-Dia: a contribuição do terapeuta ocupacional na qualidade de vida do idoso

Jacqueline O. Couto

CREFITO-4662 – TO

Em processo crescente, o Centro-dia (CD) é uma modalidade de serviço que recebe idosos para permanência diurna com assistência multiprofissional; ele pode ser visto como uma extensão de apoio da família para o idoso, onde este idoso recebe cuidados que os familiares, por alguma razão, não podem oferecer, quer seja um idoso independente ou semi-dependente.

Dentre os benefícios encontrados num CD é destacada: a oportunidade de socialização da pessoa idosa que passa a conviver com outras pessoas da mesma faixa-etária; a realização de atividades durante o dia, tirando o idoso do ócio e assim minimizando as perdas inerentes do processo de envelhecimento; o acolhimento por profissionais qualificados; e, principalmente, por manter o vínculo familiar, fator este de suma importância para o bem-estar do idoso.

Portanto, uma ótima alternativa tanto para os familiares quanto para os idosos que passam a receber assistência adequada de cuidadores, de auxiliares de enfermagem, além da competência de assistência da equipe multiprofissional.

Neste contexto, o idoso passa a ter um dia preenchido de atividades específicas dirigidas por profissionais especializados que garantem tarefas adequadas com a finalidade de promover a manutenção ou ganhos, quer seja nos aspectos físico-funcional, cognitivo, social e emocional.

A equipe multidisciplinar, geralmente, é composta por fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, professor de educação física, fisioterapeuta, musicoterapeuta…entre outros. Cada um agrega os seus conhecimentos em prol das necessidades dos idosos.

Destaca-se, no entanto, a assistência da terapia ocupacional sendo esta “..um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas à problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais apresentam temporariamente ou definitivamente dificuldade da inserção e participação na vida social.” Fonte: CREFITO3.

Atividade com a terapeuta ocupacional

Com esse propósito a terapia ocupacional visa prevenir as perdas físicas, mentais e sociais, que causam desajuste no processo de envelhecimento, atuando como facilitador e procurando estimular o individuo, no melhor uso possível de suas capacidades remanescente, na tomada de suas próprias decisões, visando independência e autonomia, enfatizando áreas de auto-cuidado, do trabalho, do lazer e da manutenção de seus direitos e papéis sociais (OKUYAMA AMÉLIA KEIKO, et al. 2010, p. 253).

Com este propósito, o terapeuta ocupacional utiliza como recurso terapêutico atividades diversas que possibilitam estimular a independência e autonomia, otimizando capacidades ou habilidades remanescentes e compensando as dificuldades inerentes de cada idoso.

Para isso os idosos deverão ser avaliados nos aspectos mentais, físicos e sociais, posteriormente, realizar-se-ão a análise da atividade para que a mesma seja oferecida adequadamente a fim de que todos os participantes sejam capazes de executá-las.

As atividades realizadas visam estimular: memória, atenção, concentração, orientação de tempo, coordenação motora, equilíbrio, etc… além de proporcionar momentos de socialização, relaxamento e prazer aos participantes.

Segundo o estudo de Tavares, et al.(2009), os programas de estimulação e a prática de atividades cognitivas produzem efeitos positivos na capacidade cognitiva geral. Neste sentido, a estimulação cognitiva é entendida como a forma de exercitar, incentivar, fomentar, ativar, animar e encorajar, para que a pessoa possa criar meios de manter a mente, as emoções, as comunicações e aos relacionamentos em atividade. Isto auxilia a pessoa a criar uma postura de busca constante, de realizar atividades, de se sentir alguém útil e ativo (DE SOUSA ISABEL VINAGRE, 2012, p.32).

Entretanto, a terapia ocupacional utiliza-se de medidas preventivas que auxiliam na manutenção das capacidades e no retardo das alterações inerentes ao processo de envelhecimento.

Portanto, o trabalho de estimulação cognitiva realizado pelo terapeuta ocupacional com grupo de idosos em CD é de fundamental importância, uma vez que pode contribuir para a melhora e/ou manutenção das funções cognitivas quanto no aumento da autoestima e na ampliação das redes de contato social contribuindo assim, na melhora da qualidade de vida do idoso.

REFERÊNCIAS

  1. BORN, T; BOECHAT, N. S. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.
  2. DE SOUSA, I.V.M.V. A importância da dimensão lúdica no desempenho cognitivo de idosos institucionalizados. Tese. Braga, 2012.
  3. NASCIMENTO, V. P; LINO, M. E. S; CAMPOS, G. V; ANDRADE, E; MANCINI, M. C; TIRADO, M. G. A. Grupo de leitura e produção de textos: uma intervenção da terapia ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 18, n. 1, p. 17-21, jan./abr., 2007.
  4. OKUYAMA, A. K; ZAIDEN, M. P; DE SOUZA, M; & ROSSLER, M. T. F. Intervenção da Terapia Ocupacional auxiliando na manutenção da memória em indivíduos em processo de envelhecimento normal. Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 1, n.2, p. 247- 256, jul/dez de 2010.

Sites visitados:

  • sbgg-sp.com.br/pro/quando-indicar-um-centro-dia-a-um-paciente-idoso/
  • portaldoenvelhecimento.com/acervo/artieop/Geral/artigo181.htm
  • desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/658.pdf

Jogos + Idosos = capacidade de interagir e habilidades cognitivas aumentadas

Ana Nakamura

A partir de algumas imagens podemos observar  momentos de sociabilidade que os jogos tem produzido em tantas velhices, presenciadas nestes enriquecedores três anos (e contando) nos centros-dia em centenas de partidas. Apreciaria que muitos verificassem, não por exibicionismo ou divulgação de jogos ou serviços, mas para que outras pessoas pudessem enxergar as potencialidades de seus (e também nossos) idosos, percebendo que há finitude no caminho sim, mas que enquanto ela não chega de fato, existe vida ali dentro, onde cabe muito respeito e cuidado (e jogos!).

Interação dos idosos com os jogos

No entanto, descrevo aqui uma fração dos “resultados da equação”, que intitula este não tão breve texto. O título denota, de algum modo, minha formação em Exatas, e que hoje, de modo absolutamente compensador, mistura-se com a área de Humanas.

Aproveito, ainda neste texto, para contar também sobre a imensa e essencial contribuição dos profissionais envolvidos neste jogo, cujo objetivo é proporcionar momentos lúdicos aos idosos, para que estes, se assim desejarem, divirtam-se com os jogos, tendo como bônus adicional mais interações sociais, e desenvolvimento de habilidades físicas e mentais.

Embora os jogos possam ser jogados individualmente, a presença de outras pessoas traz animação ao momento do jogo, proporciona ainda a troca de conhecimento, a empatia e auto-descobertas do jogador.

Momento de jogar!

Quando um idoso inicia-se no jogo, este tem a possibilidade de descobrir-se capaz, pode encontrar potencialidades esquecidas e ou enfraquecidas pelos tantos caminhos e obstáculos já ultrapassados. Este jogador pode ainda encontrar dificuldades, esbarrar em limites (que às vezes são suposições temporárias), e querer (ou não) superar um desafio. Seja qual for a escolha, continuamos todos juntos no jogo e aceitamos novos jogadores, de qualquer idade!

Quem ajuda nestas interações, descobertas e superações são os profissionais e gestores, próximos aos usuários dos serviços para os idosos, como os centros-dia. Por vezes, são pessoas com uma visão ampliada, de cuidado sincero, que acreditam realmente na capacidade dos idosos; que respeitam e compreendem os avanços, estagnações e declínios de cada idoso, diferente em suas várias velhices. São Profissionais queridos, que não desistem no primeiro declínio, e nem no último; que persistem e acreditam, da primeira à última jogada, que comemoram com os idosos, a cada pequena ou grande conquista.

Recentemente recebemos um grupo de estudantes universitários no centro-dia para idosos (CDI), que vieram conhecer os idosos com o objetivo de desenvolver um game para celular ou tablet. A maior parte dos idosos do CDI está bastante acostumada a jogar uma série de jogos, sejam os jogos digitais ou os não digitais.

Interação dos estudantes com os idoso

A interação dos idosos com este novo grupo, por meio dos jogos, aconteceu de modo muito fácil. Os idosos mostraram-se confortáveis com as novas pessoas e relações a tecer, afinal eles conheciam todos os jogos, estavam empoderados com as informações retidas e aprendidas, estavam então aptos a ensinar aos novos jogadores como jogar, pois sabiam as regras básicas dos jogos.

Muitos destes jogadores idosos, mesmo quando me relatam não saber tal jogo, após alguns minutos de partida, retomam as informações de semanas ou meses, e logo começam a jogar com muita naturalidade e destreza. É um fato recorrente, independente do dispositivo: videogame, tablet, e jogos “de mesa” (os jogos não digitais).  Por exemplo: a movimentação correta que os nossos jogadores mais experientes fazem nos jogos com o videogame Wii, nem sempre acontece na primeira jogada, mas a partir da segunda ou terceira, há um rearranjo do corpo, em que mente e movimento produzem a jogada certa.

Outro exemplo: um dos jogadores, com a memória mais preservada, mas que demonstrava sempre muita reserva, dificuldade em tomadas de decisão, e difícil elaboração de discurso, foi se apropriando (com apoio) de papéis em que precisava tomar decisões nos jogos, escolhas simples, mas executadas, em seu ritmo e em cada partida semanal.

Este idoso foi nomeado o juiz da partida (com direito a apito!), validando as respostas dos demais; tornou-se banqueiro no jogo, administrando o dinheiro, fazendo contas e fornecendo os cartões das propriedades vendidas no jogo. É o idoso que em determinado jogo, sabe as regras, e consegue então elaborar um discurso para argumentar o motivo da estratégia e então passar “a dica” do jogo, ensinando o que aprendeu para um grupo de estudantes.

E assim tornou-se o grande Consultor do jogo, ajudando os universitários a resolver o difícil desafio proposto. Sua consultoria nos rendia, e lhe rendia enormes sorrisos, além de muita satisfação. Havia neste jogador uma parte muito capaz dele, que estava ali, encolhida e apagada, mas que foi ressignificada e hoje este idoso entra diferente, num jogo que certamente já venceu!

 

Artesanato com idosos e a reutilização de vasos plásticos

Professora Simone Bergamo

Reduzir, Reutilizar e Reciclar

Trabalhar com a reutilização de materiais recicláveis e principalmente aqueles que utilizam plástico em sua fórmula como material principal é uma boa forma de ajudar o meio ambiente, pois o plástico é muito danoso ao meio ambiente, normalmente se leva de 100 a 400 anos para que o plástico seja totalmente deteriorado, então a melhor forma de pensar em sustentabilidade é pensar em reciclagem.

Como reutilizar um vaso plástico (de mudas)

(aquele vaso preto de plástico que vem com mudas de plantas, no exemplo vamos utilizar como cachepô)

Passo a passo:

  • Lavar e secar muito bem o vaso;
  • Passar duas demãos de Primer para metais, PET e vidro ou apenas uma mão de Pasta para Modelagem. Ambos são necessários para que a tinta possa aderir ao material. A diferença é que a pasta para modelagem fica em relevo formando uma textura;

Preparo do material

  • Aguardar secagem de 4 horas;
  • Pintar o vaso com tinta PVA ou tinta acrílica;
  • Após secagem da tinta podemos colar gravuras de papel por cima;
  • Após secagem finalizar com verniz brilhante ou fosco.

A seguir alguns trabalhos realizados pelos idosos

Trabalhos confeccionados pelos idosos