FONOAUDIOLOGIA E AS DEMÊNCIAS

Caroline Marrafon- Fonoaudióloga

Demência   é   uma    doença   que   acomete   o   cérebro   e   evolui gradualmente ao longo dos anos, causando diminuição do raciocínio e memória, a tal ponto de interferir nas atividades de vida diária (ex. cuidar da casa / trabalho/ finanças, higiene pessoal, etc).

Outros sintomas comuns são problemas  de  linguagem, que resultam nas seguintes características no discurso, presentes em conjunto ou de forma isolada: falta de coerência (não   harmonia   entre  dois     fatos     ou    duas   ideias),  não contextualização, não respeito a troca de turnos dos interlocutores (um fala e outro aguarda) e  repetição do que já foi dito, etc.  Além   disso, há    alteração    progressiva    da   compreensão verbal (entender  o que    as    pessoas   estão    falando),    organização temporoespacial (não saber dia, mês, ano, horas e até mesmo onde está) e no processo da alimentação.

Em  estágios  mais  avançados  nota-se  dificuldade  coma deglutição de saliva.

Avaliação da fonoaudióloga

Destacando   os     aspectos    da   alimentação   nessa   população, a literatura descreve que 45%  dos pacientes   apresentam algum grau de dificuldade  para  engolir. Na    prática   clínica   fonoaudiológica, observa-se: progressiva dependência de cuidadores e familiares para a   oferta    dos    alimentos,   assim   como,   demora   no   preparo  e mastigação da dieta, que muitas vezes não se finaliza com deglutição (“segura ao alimento na boca”), dentre outros. Diante do exposto, o paciente  pode   apresentar   tosses,  engasgos,   pigarros  durante as refeições. Em  estágios  mais  avançados  nota-se  dificuldade  coma deglutição da saliva.

Ao observar esses sintomas, o médico deverá ser informado a fim de evitar desnutrição, desidratação e pneumonia.

O   Fonoaudiólogo   é   o   profissional   habilitado   para   avaliar   a deglutição; definir  o  diagnóstico  fonoaudiológico  da fisiopatologia da deglutição; solicitar avaliações e exames complementares quando necessário;  estabelecer   o   plano   terapêutico para tratamento das desordens   da   deglutição   e orientar e prescrever as consistências e volumes de dieta por via oral que sejam seguras aos pacientes com dificuldades.

Referências Bibliográficas

  1. Demência Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%AAncia>. Acesso em: 07 fev. 2018.
  2. Seçis Y; Arici S; Incesu TK; Gürgör N; Beckmann Y. Dysphagia in Alzheimer’s disease. NeurophysiolClin2016; 46(3): 171-8.
  3. Ucedo DM; Santos KP; Santana APO. A linguagem na Demência Frontotemporal: uma análise à luz da Neurolinguística Enunciativo-Discursiva. CoDAS 2017; 29(4): e20160154.
  4. Conselho Federal de Fonoaudiologia. RESOLUÇÃO CFFa nº 492de 7 de abril de 2016. Disponível em:<http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/wp-content/uploads/2013/07/res-492-2016.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2018.

 

Atendimento fonoaudiológico nas alterações de deglutição

Avaliação da fonoaudióloga

Avaliação da fonoaudióloga

 

Caroline Somera Marrafon

Fonoaudióloga – CRFA 2-16868

A avaliação e tratamento para as dificuldades de deglutição, denominada disfagia, é realizada por fonoaudiólogos especializados nesta área de atuação.

O objetivo principal do tratamento para disfagia é a minimização ou eliminação dos riscos de aspiração, isto é, a entrada de alimentos, secreções, líquidos ou saliva para a via pulmonar, ao invés da gastrointestinal, evitando assim as infecções respiratórias (ex. pneumonias).

A atuação fonoaudiológica envolve: orientações quanto a postura corporal, consistência dos alimentos e líquidos, adequação dos utensílios (colheres de chá e sobremesa, copo, canudo), modo de ingesta para os pacientes e de oferta para os cuidadores e/ou familiares, além do fortalecimento da musculatura envolvida na deglutição por meio de exercícios.

foto francisco

Dicas:

  1. Posicionamento: Cama – elevada de 70 a 90 graus, se possível, durante as refeições; Cadeira – posição ereta, usar travesseiros nas costas ou dos lados, se necessário;
  2. Evitar o pescoço estendido (posicionado para trás) pois facilita a ocorrência de tosse, engasgos;
  1. Em caso de tosse, engasgo nunca ofereça água e deixe-o tossir. Para sufocamento é necessário manobras de primeiros socorros que auxiliam na expulsão do alimento que entrou no canal da respiração.
  2. Se necessário auxílio para oferta da dieta, o cuidador e/ou familiar devem estar posicionados na mesma altura da pessoa a ser auxiliada;
  1. Comunicar o médico em caso de dificuldade de deglutição para que este o oriente e se necessário o encaminhe para um profissional especializado.

 

Bibliografia:

  1. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Gestão 2012-2013. FAQ – Respostas para perguntas frequentes na área da disfagia. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/faqs/faq_disfagia.pdf
  2. Brauer C, Frame D. Manual de Disfagia – Guia de deglutição para profissionais da saúde e famílias de pacientes disfágicos. Carapicuiba: Pró Fono, 2001.
  3. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução CFFa nº 383, de 20 de março de 2010 “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas à especialidade em Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, e dá outras providências.” Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/legislacaoPDF/Res%20383-10%20-%20Disfagia.pdf

 

Envelhecimento e Deglutição

Atividade da fonoaudióloga

Atividade da fonoaudióloga

Caroline Somera Marrafon

CRFa 2-16868

Tossir, engasgar ou pigarrear durante refeições e ingestão dos líquidos pode ser algo sério. Deve-se tomar o cuidado de não considerar isto como parte normal do processo de envelhecimento. Sinais como estes podem ser indícios de Disfagia.

Afinal, o que é Disfagia??? Resumidamente, trata-se da dificuldade para deglutir os alimentos, ou até mesmo saliva.

A Disfagia é um sintoma comum de diversas doenças como: Acidente Vascular Encefálico – AVC (comumente chamado de “derrame”); Demências (ex. Alzheimer); Parkinson; Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), dentre outras.

Adicionalmente às doenças, a fragilidade do idoso pode acentuar o sintoma de disfagia ou até ela mesmo ser a causa. A síndrome da fragilidade pode ser caracterizada por manifestações como: perda de peso e massa muscular, diminuição da força de preensão (força da mão), fadiga, instabilidade postural e redução da ingestão de alimentos. A síndrome pode evoluir para a dependência parcial ou total do idoso nas atividades básicas da vida diária.

O fonoaudiólogo é o profissional mais indicado para ajudar no diagnóstico, prognóstico (resultado do tratamento), assim como na reabilitação, prevenindo possíveis complicações como infecções pulmonares (pneumonia), desidratação e desnutrição.

Ao notar uma possível dificuldade de deglutição o médico deverá ser informado.

 

Referências