Dia Mundial da Doença de Alzheimer

dia 21 de setembro foi instituído pela Associação Internacional do Alzheimer (ADI), como o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Sendo atualmente a doença que mais acomete a população idosa, tornou-se também motivo de inúmeras pesquisas infindáveis pela busca de sua cura, o que por ora não aconteceu. Dessa forma, nós, do Centro-dia Angels4U compreendemos que para cuidar é preciso conhecer e apreender, caso contrário a jornada do cuidado pode ser um “longo caminho percorrido no escuro”. 

Atividade no Centro-dia Angels4U

             Em 2018, a Campanha “Alzheimer: Eu não me esqueço” foi divulgada nas redes sociais e demais meios de comunicação, chamando a atenção de profissionais que até então nunca tiveram contato com o tema Demência. Este ano, a campanha é intitulada de “Vamos conversar sobre Demência”, abaixo, um breve texto lançado no ano anterior que aborda a doença em sua causa, sintoma e prevenção. Então, façamos o convite a você Cuidador – Familiar: “Vamos conversar sobre Demência”?

Alzheimer: “Eu não me esqueço”. Foi tema do dia mundial do Alzheimer em 2018

            A doença de Alzheimer acomete o córtex cerebral, e foi apresentada em 1906 pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915) durante um congresso científico na Alemanha. Para a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a data (21 de setembro) é uma oportunidade para sensibilizar a população, as entidades públicas e privadas de saúde, bem como os profissionais da área, para essa doença que acomete mais de 1,2 milhão de brasileiros.

             Caracterizada como uma doença degenerativa, progressiva e irreversível, a doença de Alzheimer não tem cura, mas pode ser tratada a fim de amenizar os sintomas. O Alzheimer afeta a memória, a fala e a noção de espaço e tempo do paciente, podendo provocar apatia, delírios e, em alguns casos, comportamento agressivo. Um dos primeiros sintomas é a perda de memória para fatos recentes. Depois, ocorre a desorientação quanto a lugares e datas e mudanças de humor e comportamento – irritabilidade e agressividade. Na fase avançada, a pessoa pode ter alucinações, dificuldade na fala e na alimentação. Além disso, pode não reconhecer mais os familiares e tornar-se totalmente dependente.

 Causas:

                Em geral, a doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas da doença não são totalmente conhecidas e alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença, como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada.

                Pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, sugere sete medidas que podem evitar milhões de casos de Alzheimer em todo o mundo. Os fatores são ligados ao estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação. Para os cientistas, metade dos casos da doença no mundo se deve a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até três milhões de casos.

                O diagnóstico é clínico e feito através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e posteriormente por meio de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética).

Um paciente pode demorar anos para saber que é portador de Alzheimer, pois sintomas como perda de memória e raciocínio lento, podem ser interpretados pelos parentes como conseqüências do envelhecimento e não uma enfermidade.

Tratamento:

                Até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma melhor qualidade de vida, mesmo na fase grave da doença. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas existentes, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha uma progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independente nas atividades da vida diária por mais tempo. Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico.

                As vantagens e as desvantagens de cada medicação e o modo de administração devem ser discutidas com o médico que acompanha o paciente. Os efeitos positivos, que visam à melhoria ou à estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade, porém, a resposta ao tratamento é individual e muito variada.

                Há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade. O treinamento das funções cognitivas como atenção, memória, linguagem, orientação e a utilização de estratégias compensatórias são muito úteis para investimento em qualidade de vida e para estimulação cognitiva. Pacientes mais ativos utilizam o cérebro de maneira mais ampla e frequente e sentem-se mais seguros e confiantes quando submetidos a tarefas prazerosas e alcançáveis. A seleção, frequência e distribuição de tarefas devem ser criteriosas e, preferencialmente, orientadas por profissionais.

                Com o intuito de auxiliar os pacientes, algumas famílias ou cuidadores tendem a sobrecarregá-los com atividades que julgam poder ajudar no tratamento, desfavorecendo resultados e correndo o risco de criar resistência ou de tornar o ambiente tenso. A qualidade e a quantidade de estímulos devem ser monitoradas e avaliadas a partir da resposta dos pacientes. É de fundamental importância para a adesão às propostas que essas atividades sejam agradáveis e compatíveis com as capacidades dos pacientes.

                O tratamento não farmacológico engloba os seguintes aspectos: estimulação cognitiva, estimulação social, estimulação física, organização do ambiente e tratamentos específicos para problemas específicos. A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas.

 Prevenção:

                O estilo de vida é muito importante para prevenir o Alzheimer. Quanto mais cedo houver uma mudança de hábitos, mais fácil minimizar o problema. Algumas dicas:

– estimular o cérebro: mantenha o cérebro ativo aprendendo algo novo, um idioma, um instrumento, palavras cruzadas, etc. A leitura também é um ótimo hábito para o cérebro reter informações, treinando várias funções;

– exercitar-se: 30 minutos de atividade física de três a cinco vezes por semana. Para esta faixa etária recomenda-se a prática de natação, caminhada ou até mesmo subir escadas em vez de ir de elevador;

– ter uma alimentação saudável e balanceada: vegetais, peixes e frutas têm ótimos nutrientes para o cérebro, assim como óleos vegetais ricos em Ômega 3;

– controlar o diabetes e a pressão arterial: os dois problemas são comuns nesta faixa etária e podem aumentar o risco de Alzheimer e de outros tipos de demência em até 50%;

– tomar sol ou suplementar com Vitamina D: um estudo publicado em agosto de 2014 na revista Neurology apontou que as pessoas com idade avançada que não recebem quantidades suficientes de vitamina D correm mais riscos de apresentar demência.

 

Leia mais: <http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2791-alzheimer-eu-nao-esqueco-e-tema-do-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-2018>. Acesso em: Setembro/2019.

“Dia do Cuidador Voluntário”

Dia 26 de agosto é comemorado na cidade de São Paulo o “Dia do Cuidador Voluntário”, essa data foi escolhida, pois é a mesma em que nasceu Madre Teresa de Calcutá, “Cuidadora pioneira daqueles mais fragilizados”. Sabemos que muitas vezes a tarefa de cuidar não se torna propriamente voluntária na vida de um familiar, ao contrário, por vezes é imposta pela situação, e que mesmo nessa condição muitos cônjuges, filhos, irmãos, desempenham esse papel nada fácil com persistência, zelo e dedicação. Assim, nós do Centro-dia Angels4U parabenizamos vocês familiares-cuidadores!!

 Cuidadores de pessoas com Alzheimer precisam de amparo

                Para o paciente, receber o diagnóstico de Alzheimer em sua fase inicial é, ao mesmo tempo, uma boa e uma péssima notícia. Isso porque ter consciência de que tem uma doença neurodegenerativa sem cura é muito difícil. Mas saber o quanto antes sobre ela é positivo, pois os medicamentos disponíveis permitem desacelerar sua progressão.

                A angústia do diagnóstico também é sentida por familiares e amigos que, em algum momento, devem se tornar os cuidadores da pessoa diagnosticada. E esses, embora saudáveis, precisam de muitos cuidados. No dia a dia dos consultórios e nas pesquisas realizadas em todo o mundo, já está comprovado o estresse imenso que toma conta dos cuidadores de idosos, em especial daqueles com alguma doença neurodegenerativa como o Alzheimer. Por esse motivo, os cuidadores também precisam ser cuidados.

                Os cuidadores familiares precisam ter pleno conhecimento da doença e aceitá-la, explica a geriatra Cristiane Comelato, membro da diretoria da SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seccional São Paulo). “O cuidador, demais familiares e equipe de profissionais de saúde precisam estar muito alinhados e em concordância. Isso alivia o estresse do cuidado e certamente ajuda no bem-estar do paciente”, orienta a médica.

                Além do cuidado com o familiar doente – que já é algo exaustivo – a percepção da mudança cognitiva daquele ente querido também é um dos fatores de maior impacto para cuidadores e familiares. “Os filhos relatam, por exemplo, como é difícil ver a mãe, que sempre foi tão independente, perder a autonomia e a independência e já não conseguir realizar sozinha as atividades básicas da vida diária”, comenta a geriatra.

                Por isso, o conhecimento sobre a doença é essencial. Conversar francamente com os profissionais de saúde, bem como procurar grupos de apoio de familiares com Alzheimer pode ser de grande ajuda para o cuidador perceber que não é o único a enfrentar aquela situação. E, sempre que possível, dividir o cuidado com outras pessoas – sejam cuidadores profissionais ou outros familiares.

Leia mais em: <http://www.sbgg-sp.com.br/pub/cuidadores-de-pessoas-com-alzheimer-precisam-de-amparo/> . Acesso em: Agosto/2019.

Centro-Dia: a contribuição do terapeuta ocupacional na qualidade de vida do idoso

Jacqueline O. Couto

CREFITO-4662 – TO

Em processo crescente, o Centro-dia (CD) é uma modalidade de serviço que recebe idosos para permanência diurna com assistência multiprofissional; ele pode ser visto como uma extensão de apoio da família para o idoso, onde este idoso recebe cuidados que os familiares, por alguma razão, não podem oferecer, quer seja um idoso independente ou semi-dependente.

Dentre os benefícios encontrados num CD é destacada: a oportunidade de socialização da pessoa idosa que passa a conviver com outras pessoas da mesma faixa-etária; a realização de atividades durante o dia, tirando o idoso do ócio e assim minimizando as perdas inerentes do processo de envelhecimento; o acolhimento por profissionais qualificados; e, principalmente, por manter o vínculo familiar, fator este de suma importância para o bem-estar do idoso.

Portanto, uma ótima alternativa tanto para os familiares quanto para os idosos que passam a receber assistência adequada de cuidadores, de auxiliares de enfermagem, além da competência de assistência da equipe multiprofissional.

Neste contexto, o idoso passa a ter um dia preenchido de atividades específicas dirigidas por profissionais especializados que garantem tarefas adequadas com a finalidade de promover a manutenção ou ganhos, quer seja nos aspectos físico-funcional, cognitivo, social e emocional.

A equipe multidisciplinar, geralmente, é composta por fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, professor de educação física, fisioterapeuta, musicoterapeuta…entre outros. Cada um agrega os seus conhecimentos em prol das necessidades dos idosos.

Destaca-se, no entanto, a assistência da terapia ocupacional sendo esta “..um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas à problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais apresentam temporariamente ou definitivamente dificuldade da inserção e participação na vida social.” Fonte: CREFITO3.

Atividade com a terapeuta ocupacional

Com esse propósito a terapia ocupacional visa prevenir as perdas físicas, mentais e sociais, que causam desajuste no processo de envelhecimento, atuando como facilitador e procurando estimular o individuo, no melhor uso possível de suas capacidades remanescente, na tomada de suas próprias decisões, visando independência e autonomia, enfatizando áreas de auto-cuidado, do trabalho, do lazer e da manutenção de seus direitos e papéis sociais (OKUYAMA AMÉLIA KEIKO, et al. 2010, p. 253).

Com este propósito, o terapeuta ocupacional utiliza como recurso terapêutico atividades diversas que possibilitam estimular a independência e autonomia, otimizando capacidades ou habilidades remanescentes e compensando as dificuldades inerentes de cada idoso.

Para isso os idosos deverão ser avaliados nos aspectos mentais, físicos e sociais, posteriormente, realizar-se-ão a análise da atividade para que a mesma seja oferecida adequadamente a fim de que todos os participantes sejam capazes de executá-las.

As atividades realizadas visam estimular: memória, atenção, concentração, orientação de tempo, coordenação motora, equilíbrio, etc… além de proporcionar momentos de socialização, relaxamento e prazer aos participantes.

Segundo o estudo de Tavares, et al.(2009), os programas de estimulação e a prática de atividades cognitivas produzem efeitos positivos na capacidade cognitiva geral. Neste sentido, a estimulação cognitiva é entendida como a forma de exercitar, incentivar, fomentar, ativar, animar e encorajar, para que a pessoa possa criar meios de manter a mente, as emoções, as comunicações e aos relacionamentos em atividade. Isto auxilia a pessoa a criar uma postura de busca constante, de realizar atividades, de se sentir alguém útil e ativo (DE SOUSA ISABEL VINAGRE, 2012, p.32).

Entretanto, a terapia ocupacional utiliza-se de medidas preventivas que auxiliam na manutenção das capacidades e no retardo das alterações inerentes ao processo de envelhecimento.

Portanto, o trabalho de estimulação cognitiva realizado pelo terapeuta ocupacional com grupo de idosos em CD é de fundamental importância, uma vez que pode contribuir para a melhora e/ou manutenção das funções cognitivas quanto no aumento da autoestima e na ampliação das redes de contato social contribuindo assim, na melhora da qualidade de vida do idoso.

REFERÊNCIAS

  1. BORN, T; BOECHAT, N. S. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.
  2. DE SOUSA, I.V.M.V. A importância da dimensão lúdica no desempenho cognitivo de idosos institucionalizados. Tese. Braga, 2012.
  3. NASCIMENTO, V. P; LINO, M. E. S; CAMPOS, G. V; ANDRADE, E; MANCINI, M. C; TIRADO, M. G. A. Grupo de leitura e produção de textos: uma intervenção da terapia ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 18, n. 1, p. 17-21, jan./abr., 2007.
  4. OKUYAMA, A. K; ZAIDEN, M. P; DE SOUZA, M; & ROSSLER, M. T. F. Intervenção da Terapia Ocupacional auxiliando na manutenção da memória em indivíduos em processo de envelhecimento normal. Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 1, n.2, p. 247- 256, jul/dez de 2010.

Sites visitados:

  • sbgg-sp.com.br/pro/quando-indicar-um-centro-dia-a-um-paciente-idoso/
  • portaldoenvelhecimento.com/acervo/artieop/Geral/artigo181.htm
  • desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/658.pdf

Atendimento em grupo com idosos com demências

Beatriz Leite Machado

Psicóloga

 

Atualmente as demências são as doenças neurodegenerativas mais impactantes na população acima de 65 anos (AZEVEDO et al, 2010). A doença de Alzheimer é um tipo de demência, e representa 60% dos casos (DIAS et al, 2013; AZEVEDO et al, 2010; BORGHI et al, 2011). A perda progressiva de memória é o sintoma mais conhecido da Doença de Alzheimer e outros quadros de demência. Com frequência, os primeiros sinais de algum problema cognitivo são confundidos com perdas naturais do envelhecimento. Por isso, é comum que o diagnóstico seja feito quando a doença já está em nível moderado ou avançado (LADEIRA et al, 2009).

A velhice é com frequência vista como um momento de reclusão e isolamento, em que se torna mais difícil vincular-se. No entanto, o convívio e interação social é tão importante quanto em qualquer outra fase da vida. Atividades em grupo, com objetivos terapêuticos e adequados ao contexto do grupo podem promover impactos positivos tanto no âmbito social quanto no individual.

Para o idoso com algum tipo de demência e sintomas de agitação, desorientação ou até apatia, muitas vezes, pode parecer que não se afeta ou beneficia-se do grupo por apresentar pouca reação e pouca memória do que é trabalhado. No entanto, o simples estar em grupo e realizar uma atividade, ainda que necessite de auxilio e estimulo para começar e finalizar, permite que o idoso se sinta pertencente e capaz.

É interessante pensar em quão importantes são nossos contatos, com familiares, com amigos, no trabalho e em momentos de lazer. Por que isto mudaria com a idade? Se muda deve haver um motivo, geralmente associado a algum conflito, mas não necessariamente à idade. Em casos de dificuldades cognitivas, como nas demências, o afastamento social pode parecer como única alternativa frente as mudanças que afetam não só o idoso, como os familiares e pessoas próximas.

O Centro-dia é uma opção de cuidado e promoção de saúde para idosos, que leva em consideração a dimensão social do envelhecer. A proposta de ser um espaço seguro, de criatividade, produtividade e interação, sem retirar o indivíduo de seu contexto original favorece a manutenção de vínculos afetivos prévios, que fazem parte da história de cada um, e a criação de novos, que impactam na autoestima.

Atividade de psicologia

As atividades propostas e realizadas pela Psicologia no Centro-dia buscam incentivar a interação social e estimular cognitivamente os idosos de acordo com as necessidades de cada um. Idosos com quadros de demência, Alzheimer e outras questões cognitivas, exigem manejo frequente dos sintomas (repetições, de frases e assuntos e movimentos, agitação associada a desorientação espacial e temporal etc) para manterem-se e engajarem-se em grupo. Não é uma tarefa fácil, mas necessária.

Atividade de psicologia

Nesse contexto, o trabalho em grupo é desafiador e muito potente. O grupo cria, através de uma temática proposta, um espaço para a interação, gerando momentos de maior descontração que favorecem os vínculos e incentivam a expansão. E, ao mesmo tempo, momentos de reflexão e troca, menos agitados, e até de contenção, no sentido de evitar que alguém do grupo se exalte e também de acolher alguma angústia que pode surgir. A forma como o grupo afeta cada um pode ser diferente, mas nunca é indiferente.

As memórias que temos mais vivas são aquelas de sensações e experiências, um bolo que sua mãe fez saindo do forno, um dia de chuva que você perdeu a hora… e não o acontecimento concreto em si, a receita do bolo e o horário da chuva ou do ônibus que você perdeu. O que mais nos marca é o afeto, e isso não muda em nenhuma idade.

 

Referências

AZEVEDO, P. G. de et al. Linguagem e memória na doença de Alzheimer em fase moderada. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 393-399, Junho 2010.

BORGHI, A. C. et al. Qualidade de vida de idosos com doença de Alzheimer e de seus cuidadores. Rev. Gaúcha Enferma, Porto Alegre, v. 32, n. 4, p. 751-758, Dezembro.  2011 .

LADEIRA, R. B. et al. Combining cognitive screening tests for the evaluation of mild cognitive impairment in the elderly. CLINICS; 64 (10): 967-73, 2009.