Estratégia de Memorização de Atividades Ocupacionais

Amanda Moura – Terapeuta Ocupacional

CREFITO 3: 16595/TO

 

Quem nunca esqueceu a data de uma consulta ou senha do banco?

Acredito que todos em algum momento disseram “como estou ‘ruim’ da memória!”.

Afinal, quando ficamos “ruins” da memória?

Estudos neurocientíficos afirmam que começamos a baixar níveis de funções cognitivas a partir dos 30 anos de idade. Mas aos 30 anos estamos no nosso melhor desempenho cognitivo e por isso só vamos perceber essas perdas com o passar do tempo.

Quem começa a estimular a memória aos 30 anos?

Quando chegamos à fase idosa, aposentados, é o momento de relaxar e não se preocupar mais com o trabalho, é a hora dos filhos (as) assumirem as preocupações, é quando dizem “eles tem mais disposição, já fiz muito isso”. E nessa fase, comumente os idosos se tornam mais queixosos de sua memória.

Muita gente já não lê tanto, não pratica mais esporte, não se preocupa tanto com as contas, as compras, as responsabilidades. E é exatamente quando diminuímos as atividades ocupacionais, com a queda dos níveis de funções cognitivas e por diminuirmos nossos estímulos, começamos a perceber as “falhas” na memória e outras funções cognitivas.

E agora? O que devo fazer?

Você pode procurar um profissional capacitado que possa lhe orientar e/ou sugerir grupos de estimulação de memória.

Você pode também, começar em casa a utilizar algumas estratégias que irão lhe auxiliar a lembrar de coisas importantes, é sobre elas que venho conversar com vocês.

COMO MEMORIZAR SENHAS NUMÉRICAS

Não sei se você já percebeu, os números do caixa eletrônico e outros dispositivos são acompanhados de letras. Veja na foto abaixo:

teclado

Para não anotar sua senha em um papel e colocar em risco sua segurança, tente formar uma frase ou palavra para ajudar a memorizar, por exemplo:

SENHA: 262632 PALAVRA: AMANDA (OLHE NO TECLADO E VEJA QUE AS LETRAS CORRESPONDEM AOS NUMEROS).

OU

SENHA: 3826 FRASE: Deus Te Ama Muito (PERCEBA QUE AS LETRAS INICIAIS DE CADA PALAVRAS CORRESPONDEM AOS NUMEROS).

FAÇA A SUA!!!

ESTRATÉGIAS PARA NÃO ESQUECER COMPROMISSOS IMPORTANTES.

Para ajudar a lembrar de compromissos, eu sugiro utilizar um calendário semanal em um local que você utiliza muito como, por exemplo, a porta da geladeira, a porta do seu guarda roupa, a janela do seu quarto, etc. E destacar com post-it ou escrever mesmo no próprio calendário.

Se você preferir, pode usar um quadro branco com caneta piloto e desenhar uma tabela com os dias da semana atualizando somente as datas.

Convido vocês a testarem essas dicas que vem mostrando resultado com idosos atendidos pela Terapia Ocupacional e depois nos conte nos comentários o que você achou.

OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA,

Interface da Terapia Ocupacional com a Geriatria.

Amanda L. R. Moura – Terapeuta Ocupacional

Crefito: 16595

Com certeza você já deve ter se perguntado “o que é Terapia Ocupacional?”, “Como o Terapeuta Ocupacional pode ajudar os idosos?”. Primeiramente, o profissional de Terapia Ocupacional deve estar inserido na equipe multidisciplinar de reabilitação, segundo o Ministério de saúde.

A profissão de terapia ocupacional utiliza o termo ocupação para captar a dimensão e o significado da atividade do cotidiano. A terapia ocupacional compreende que o envolvimento em ocupações estrutura a vida cotidiana e contribui para a saúde e para o bem-estar. Os profissionais de terapia ocupacional acreditam que as ocupações são complexas. O envolvimento na ocupação como foco da intervenção da terapia ocupacional envolve ambos os aspectos do desempenho: subjetivos, que são os emocionais e psicológicos; e objetivos, que são fisicamente observáveis. É o que diz a Associação Americana de Terapia Ocupacional.

Terapia Ocupacional na Angels4u

Terapia Ocupacional na Angels4u

Na Geriatria, que é especialidade que atua no processo de envelhecimento, o Terapeuta Ocupacional (TO) trabalha na prevenção, manutenção e reabilitação das funções cognitivas (memória, aprendizado, atenção, etc) e físicas (coordenação motora, equilíbrio, força muscular, etc.), ou seja, o trabalho pretende manter este idoso com maior independência e autonomia na realização das atividades cotidianas, chamadas pelo TO de atividades de vida diária (AVD).

Você sabe a diferença de uma pessoa independente para uma pessoa autônoma?

Independência é o estado ou condição de realizar atividades, por exemplo, o idoso independente tem todas as condições físicas para ir ao banheiro.

Autonomia é a capacidade do indivíduo de administrar sua própria vida, por exemplo, o idoso autônomo sabe dizer quando está com fome, com sede, quando quer ir ao banheiro, etc.

O idoso pode ser independente, autônomo ou os dois. Às vezes, o idoso sabe dizer, por exemplo, quando está com sede, mas suas condições físicas não permitem que ele segure o copo e leve à boca, isso faz que ele seja autônomo. Ou então, o idoso pode não saber quando sente sede, mas quando damos o copo, ele segura e bebe agua sozinho, fazendo assim que ele seja independente. Seu familiar idoso é independente, autônomo ou os dois?

A partir desta pequena introdução, vamos entender as atividades que o TO realiza nos Centros-dia.

Nos Centros-dia, o TO trabalha com o objetivo de estimular: aspectos cognitivos, como atividades de memória, atenção/concentração, simulação e treino de atividades cotidianas simples e complexas; aspectos físicos, como atividades de destreza manual, força muscular, coordenação de movimentos, etc. As atividades realizadas devem estar relacionadas com a vida ocupacional do idoso, como cultura, religião, costumes, etc., e devem ser coerentes e bem elaboradas.

O Terapeuta Ocupacional faz uma prévia avaliação do idoso, para que utilize atividades que permitam a participação ativa de todos, apesar das dificuldades individuais e as já esperadas pelo processo de envelhecimento, possibilitando a socialização e valorizando as potencialidades do idoso.

O Terapeuta Ocupacional deve também estar atento no declínio das funções e ajustar sua intervenção de acordo com as possibilidades e necessidades atuais dos idosos.

É importante ter cuidado quanto à forma de atenção ao idoso, não devemos infantilizar nem superproteger, todos devem respeitar e lembrar que aquele idoso trás consigo uma história de vida.

O cuidar deve estar alicerçado nas necessidades do idoso. O tripé família, equipe de reabilitação e Centro-dia, devem estar em acordo e ter uma comunicação clara para que o trabalho seja eficaz, sendo imprescindível reuniões frequentes entre si.

Terapia Ocupacional na Angels4u

O envolvimento em ocupações estrutura a vida cotidiana e contribui para a saúde e para o bem-estar