O dia em que se falou sobre morte no Centro Dia para Idosos Angels4U

Ana Maria Yamaguchi Ferreira

Psicóloga

 

Grupo de psicologia

No dia 03 de novembro de 2017, um dia depois do feriado de Finados celebrado no Brasil, ocasião que, segundo Jabocci (2017) se celebra e homenageia a memória dos mortos em diferentes países, optou-se por abordar o delicado tema da morte e do morrer no grupo de discussão da Psicologia do Centro-dia Angels4U. Seria oportuno tratar desse tema num momento tão “à flor da pele” de idosas e idosos que haviam revivido a perda de pessoas queridas no dia anterior? Essa pergunta estava no horizonte do como abordar de maneira delicada tema de cunho delicado. Preparou-se o grupo, como ocorre antes de toda atividade de discussão da Psicologia, por meio técnicas de relaxamento e introspecção, utilizando-se de música apropriada para a ocasião. Finalizado este primeiro momento do grupo, foram abordadas, dentre outras, as seguintes perguntas:

  1. Como vocês passaram o Dia dos Mortos? Como suas famílias costumam passar este dia?
  2. Como vocês lidam com a perda das pessoas queridas que se foram?
  3. Vocês pensam sobre a própria morte? Como seria?
  4. Como gostariam de ser lembrados quando se forem?

Em relação à primeira pergunta, o grupo teve a feliz participação humorada de um idoso muito longevo que entrou no tema, quebrando o gelo, dizendo que foi ao cemitério visitar os mortos, porém não encontrou ninguém. Tal resposta provocou o riso do grupo como um todo, possibilitando um ar bem-humorado e leve ao longo das perguntas que se seguiram. Existiram diferentes maneiras de se celebrar este dia no grupo: grande parte do grupo é composto pela etnia japonesa, muitos idosos e idosas eram católicos e outros, de religião budista. Por isso, tanto as manifestação brasileiras quanto as japonesas foram de celebrar a memória dos ancestrais foram perceptíveis, como por exemplo, a ida ao cemitério – comum no jeito brasileiro de celebrar tal data -, ou a oração feita no Butsudan, pequeno altar ou santuário doméstico de tradição budista.

Quanto à segunda pergunta, muitos haviam visitado o túmulo de parentes de graus mais distantes, ou mesmo de filhos falecidos. A pergunta que permeia o falar sobre a morte na chamada Terceira Idade pode ser a de como tocar no tema da finitude quando ele pode ser vivido ocultamente, sem ser expresso ou trabalhado por meio do falar, de reflexões e lembranças diárias sobre as perdas já vividas ao longo de uma vida longeva, que mais cedo ou mais tarde, se findará.

Então, veio a terceira pergunta ao grupo: como se imaginava a própria morte. Houve respostas das mais densas, ricas e variadas. Uma idosa, mais uma vez, provocou o riso dos frequentadores do Centro-dia, quando disse que não sabia, pois nunca havia conhecido alguém que voltou do lado de lá. Foram mencionadas também a ideia do Paraíso e Inferno, de cunho católico; bem como o lugar da morte como local para descanso da existência muitas vezes penosa; um local para se pensar se era necessário tirar os sapatos, costume japonês de adentrar o lar sem trazer sujeira do exterior, e um lugar de reencontro com as pessoas queridas que se foram antes.

A última pergunta feita ao grupo, suscitou o desejo e respostas de esperança quanto ao legado deixado quando partirem, como serem bem lembrados pelo sentimento de terem semeado coisas boas na vida.

Segundo Ferreira e Wanderley (2012), falar sobre a morte, tratada comumente pelos campos da Tanatologia e os Cuidados Paliativos, é tratar sobre um assunto que diz respeito à condição humana, pois esta diz respeito a todo e qualquer ser humano.

Quando se há marcas da morte, ao longo do tempo, nas falhas e fragilidade do corpo idoso, trazidas pela impermanência da vida, o tema sobre a própria morte pode ser vivido diariamente. É possível tornar tais pensamentos sobre a morte e o morrer menos angustiantes e tabus, ao se colocar por meio da expressão e elaboração verbal, aquilo que tanto toca o idoso e suas famílias, podendo haver inclusive o riso libertador entre uma pergunta e outra.

REFERÊNCIAS:

Ferreira, A.M.Y. & Wanderley, K.da S. (2012, agosto). Sobre a morte e o morrer: um espaço de reflexão. Revista Temática Kairós Gerontologia,15(n.º especial 12), “Finitude/Morte & Velhice”, pp. 295-307. Online ISSN 2176- 901X. Print ISSN 1516-2567. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP.

Jacobucci, N. Dia dos Mortos: celebrando as memórias. Disponível em 25/12/2017:<http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/dia-dos-mortos-celebrando-as-memorias/>.

Santuários Japoneses – Butsudan e Kamidana. Disponível em 25/12/2017:<http://www.japaoemfoco.com/santuarios-japoneses-butsudan-e-kamidana/>

Artesanato com idosos e a reutilização de latas

Simone Bérgamo

Professora de Artesanato

Reutilizar e Reciclar Latas de Alumínio = Reduzir, Reutilizar e Reciclar

Sabemos que hoje, as latas de alumínio são um problema assim como todo o lixo que jogamos fora, mas, que tal agora pensar um pouco em como podemos criar objetos utilitários para casa, escritório ou até mesmo dar de presente como uma lembrancinha?

Podemos reaproveitar as latinhas para criar coisas uteis tais como: porta lápis, porta trecos, recipiente para bolachas, recipiente para pó de café e etc.

Exemplos de latinhas que podem ser recicladas: Latas de leite, Achocolatado, Extrato de tomate, Latas de milho, Latas de ervilhas, Molho de tomate entre várias outras latinhas.

Como pintar latas de alumínio

  • Lavar e secar muito bem a lata, inclusive retirando qualquer resíduo de cola ou papel.
  • Passar duas demãos de Primer para metais, PET e vidro. Este produto é necessário para que a tinta possa aderir ao material.

  • Pintar a lata com tinta PVA ou tinta acrílica. No exemplo a seguir foi feito um desenho em forma de mosaico.

  • Após secagem finalizar com verniz brilhante ou fosco.

A seguir outras ideias

Nossa como a pele do idoso é ressecada! O que fazer?

Enfermeira Leonice Sapucaia

A pele é considerada o   maior   órgão      do    corpo humano e com o processo    do    envelhecimento    acontecem     algumas    mudanças significativas.  Uma   delas   é  a  perda  da  elasticidade, hidratação e oleosidade.  Fisiologicamente  a   atividades   das      glândulas     que produzem o  sebo, suor e colágeno acabam diminuindo a sua função, por este  motivo a  pele  fica  mais ressecada, desidratada  e  frágil. É algo  comum  o  idoso apresentar intensa coceira, devido à pele estar muito  ressecada  e   fina  algo  que  pode  ocasionar microlesões que facilitam a penetração de agentes infecciosos.

O envelhecimento cutâneo é divido em duas partes, intrínseco e extrínseco:

  • Intrínseco seria o envelhecimento fisiológico da pele (desgaste natural);
  • Extrínseco está relacionado à exposição da pele ao sol, os efeitos nocivos da radiação ultravioleta do sol são cumulativos, tendo maior risco de desenvolver o câncer de pele.

Agora vamos para algumas dicas para cuidar da pele do idoso:

  • Atentar para a temperatura da água no momento do banho, a água deve estar morna;
  • Utilizar protetor solar;
  • Ingerir água: 2 litros por dia, a ingestão de água auxilia na hidratação da pele;
  • Não utilizar esponja durante o banho: pode machucar a pele e remover sua barreira natural;
  • Usar sabonetes neutros e não exagerar em seu uso;
  • Hidratar a pele após o banho com cremes: em alguns casos é indicado hidratante a base de glicerina e ureia ou loção hidratante a base de ácidos graxos essenciais e vitaminas A e E, pois auxilia na hidratação e evita as coceiras;
  • Usar chapéus quando exposto ao sol;
  • Consumir frutas e hortaliças.

Vale  ressaltar  que  a  pele  do  idoso  é  extremamente   frágil, sendo importante    mantê-la     limpa,   seca,   hidratada   e   sempre    estar observando alteração na integridade, cor e textura.

 

 

 

Atendimento fonoaudiológico nas alterações de deglutição

Avaliação da fonoaudióloga

Avaliação da fonoaudióloga

 

Caroline Somera Marrafon

Fonoaudióloga – CRFA 2-16868

A avaliação e tratamento para as dificuldades de deglutição, denominada disfagia, é realizada por fonoaudiólogos especializados nesta área de atuação.

O objetivo principal do tratamento para disfagia é a minimização ou eliminação dos riscos de aspiração, isto é, a entrada de alimentos, secreções, líquidos ou saliva para a via pulmonar, ao invés da gastrointestinal, evitando assim as infecções respiratórias (ex. pneumonias).

A atuação fonoaudiológica envolve: orientações quanto a postura corporal, consistência dos alimentos e líquidos, adequação dos utensílios (colheres de chá e sobremesa, copo, canudo), modo de ingesta para os pacientes e de oferta para os cuidadores e/ou familiares, além do fortalecimento da musculatura envolvida na deglutição por meio de exercícios.

foto francisco

Dicas:

  1. Posicionamento: Cama – elevada de 70 a 90 graus, se possível, durante as refeições; Cadeira – posição ereta, usar travesseiros nas costas ou dos lados, se necessário;
  2. Evitar o pescoço estendido (posicionado para trás) pois facilita a ocorrência de tosse, engasgos;
  1. Em caso de tosse, engasgo nunca ofereça água e deixe-o tossir. Para sufocamento é necessário manobras de primeiros socorros que auxiliam na expulsão do alimento que entrou no canal da respiração.
  2. Se necessário auxílio para oferta da dieta, o cuidador e/ou familiar devem estar posicionados na mesma altura da pessoa a ser auxiliada;
  1. Comunicar o médico em caso de dificuldade de deglutição para que este o oriente e se necessário o encaminhe para um profissional especializado.

 

Bibliografia:

  1. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Gestão 2012-2013. FAQ – Respostas para perguntas frequentes na área da disfagia. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/faqs/faq_disfagia.pdf
  2. Brauer C, Frame D. Manual de Disfagia – Guia de deglutição para profissionais da saúde e famílias de pacientes disfágicos. Carapicuiba: Pró Fono, 2001.
  3. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Resolução CFFa nº 383, de 20 de março de 2010 “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas à especialidade em Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, e dá outras providências.” Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/legislacaoPDF/Res%20383-10%20-%20Disfagia.pdf

 

Por que Danças Sentadas?

dança senior

Rosangela Satas

A Dança Sênior foi criada na Alemanha, em 1974, pela Senhora Ilse Tutti, juntamente com um grupo de psicopedagogos e introduzida no Brasil a partir de 1978 pela Senhora Christel Weber.
Este tipo de dança foi adaptada às possibilidades e necessidades da pessoa idosa.
Sua característica principal é a realização preferencialmente em roda, com troca constante de par, com o objetivo principal de socializar e integrar, promovendo ativações físicas, mentais e emocionais.
A memorização de passos e figuras, e o constante treino da coordenação motora, desenvolvem a capacidade cognitiva, evitando assim, o desgaste precoce do reflexo mental, e permitindo a manutenção da capacidade intelectual.
Além de proporcionar alegria, ajuda a combater a depressão, ativa a memória e fortalece os músculos.1
Na Dança Sênior temos as coreografias em pé e as sentadas. Essa maneira de dançar alcança pessoas em situações bem variadas, pessoas com pouca mobilidade, cadeirantes, pessoas com limitações físicas e mentais e em idade avançada.
Cada movimento da dança sentada estimula a coordenação motora, vem contribuindo muito na reabilitação física e mental, onde através da repetição de movimentos e a música com um ritmo marcado estimula a memorização e a atenção.
Tipos de Dança Sênior Sentada:
Sentados em roda: estimula movimento rítmico.
Danças em duplas: favorecendo o contato com os colegas e o grupo, trazendo uma maior interação entre eles.
A dança sentada tem valores físicos e mentais trazendo ao praticante alegria, disposição e uma nova maneira de encarar a vida.
Vimos que pessoas com pouca possibilidade de se locomover são reintegradas nessas danças e usufrui de um bem-estar que há muito não sentiam.
O fato de participarem mesmo que sentada, as pessoas começam a se sentir mais confiantes pois veem uma possibilidade de um movimento diferenciado no seu corpo e com isso suas ideias perante si mesmo começam a mudar.
A dança traz amor próprio e a sensibilidade muitas vezes perdida, faz o indivíduo se sentir novamente capaz de sentir que ainda existe a possibilidade de ser feliz!

Referência Bibliográfica:
1 Dança Sênior. Disponível em: <http://www.dancacircularjf.com.br/dancasenior.htm>. Acesso em: Abr. 2017.