Nossa como a pele do idoso é ressecada! O que fazer?

Enfermeira Leonice Sapucaia

A pele é considerada o   maior   órgão      do    corpo humano e com o processo    do    envelhecimento    acontecem     algumas    mudanças significativas.  Uma   delas   é  a  perda  da  elasticidade, hidratação e oleosidade.  Fisiologicamente  a   atividades   das      glândulas     que produzem o  sebo, suor e colágeno acabam diminuindo a sua função, por este  motivo a  pele  fica  mais ressecada, desidratada  e  frágil. É algo  comum  o  idoso apresentar intensa coceira, devido à pele estar muito  ressecada  e   fina  algo  que  pode  ocasionar microlesões que facilitam a penetração de agentes infecciosos.

O envelhecimento cutâneo é divido em duas partes, intrínseco e extrínseco:

  • Intrínseco seria o envelhecimento fisiológico da pele (desgaste natural);
  • Extrínseco está relacionado à exposição da pele ao sol, os efeitos nocivos da radiação ultravioleta do sol são cumulativos, tendo maior risco de desenvolver o câncer de pele.

Agora vamos para algumas dicas para cuidar da pele do idoso:

  • Atentar para a temperatura da água no momento do banho, a água deve estar morna;
  • Utilizar protetor solar;
  • Ingerir água: 2 litros por dia, a ingestão de água auxilia na hidratação da pele;
  • Não utilizar esponja durante o banho: pode machucar a pele e remover sua barreira natural;
  • Usar sabonetes neutros e não exagerar em seu uso;
  • Hidratar a pele após o banho com cremes: em alguns casos é indicado hidratante a base de glicerina e ureia ou loção hidratante a base de ácidos graxos essenciais e vitaminas A e E, pois auxilia na hidratação e evita as coceiras;
  • Usar chapéus quando exposto ao sol;
  • Consumir frutas e hortaliças.

Vale  ressaltar  que  a  pele  do  idoso  é  extremamente   frágil, sendo importante    mantê-la     limpa,   seca,   hidratada   e   sempre    estar observando alteração na integridade, cor e textura.

 

 

 

Uma breve explicação sobre o Lian Gong em 18 Terapias nas próprias palavras do Dr. Zhuang Yuan Ming, seu criador:

Atividade de Lian Gong

Atividade de Lian Gong

Texto indicado pelo instrutor de Lian Gong Edmar Torres.

(…) é uma técnica que une medicina terapêutica e cultura física (cultura física significa, para os chineses, o fortalecimento harmonioso do corpo, permitindo o pleno funcionamento e utilização dos músculos, tendões e ossos, diferente da ideia no Ocidente, de cultura física como aumento da massa muscular e modelagem física). Consiste de um conjunto de exercícios que visam a prevenção e o tratamento de dores no pescoço, ombros, cintura, pernas e também doenças crônicas. Esta técnica foi por mim projetada, fruto de constantes pesquisas das heranças culturais – a Medicina Tradicional Chinesa, antigos exercícios terapêuticos e as artes guerreiras tradicionais (Wu Shu) – e a reflexão sobre os resultados de sua aplicação no campo terapêutico, ao longo de mais de 40 anos de prática clínica. Durante a minha longa práxis de tratar das causas e sintomas de dores no corpo e doenças crônicas, fui constantemente criando e aperfeiçoando técnicas de massagem e manobras manuais, adicionando a elas os conhecimentos da moderna medicina atual. Sintetizando todas estas vivências, transformei-as em exercícios, os quais projetei passo a passo para serem realizados pelo próprio paciente. (LEE, 1997, p. 9)

São exercícios terapêuticos especificamente criados para a prevenção e o tratamento de dores no corpo, cujos distúrbios têm como elemento comum a obstrução/bloqueio de qi e do sangue, afetando as estruturas e sua fisiologia. Esses bloqueios decorrem de vários fatores, anteriormente vistos:

Os fatores que influenciam no surgimento de dores no corpo podem ser externos, como: vento, frio, umidade e secura; e internos, como: emoções negativas (raiva, preocupação, tristeza, medo, euforia), além da má utilização do corpo em posturas inadequadas, sedentarismo, esforço excessivo ou lesões. Estes fatores provocam o ‘retardamento do qi e a estagnação do sangue’, que produz fenômenos como espasmos, aderências e contratura dos tecidos moles, encurtamento dos músculos, ligamentos e tendões, os quais resultam em dores e dificuldade de movimentação (LEE 1997, p. 14).

Podem ser observadas contraturas, aderências, sinais inflamatórios nas regiões doloridas nos braços, ombros, dorso, região cervical, cintura, glúteos etc. A prática regular do Lian Gong permite a movimentação adequada para liberar músculos, fáscias, ligamentos, tendões, melhorando e expandindo a amplitude de movimentação das articulações.

Os exercícios foram concebidos tendo como base as estruturas anatômicas e a fisiologia de cada região: pescoço, ombros, região dorsal, região lombar, glúteos e pernas, dentro de uma visão global de todo o organismo. Assim, a prática do Lian Gong favorece uma “movimentação global coordenada e harmoniosa”, podendo agir numa patologia localizada, restaurando, porém, o equilíbrio do organismo como um todo, bem como os fluxos de alto e baixo, de expansão e recolhimento, de entrada e saída de qi. Para tanto, os movimentos devem ser lentos e contínuos, evitando-se a movimentação rápida ou abrupta, para que “os tecidos moles, que sofrem de patologias (contraturas, aderências, espasmos etc.) possam se relaxar e se soltar gradativamente, permitindo que a movimentação da articulação alcance o seu limite máximo,” conforme Lee (1997, p. 16), evitando traumas e desconfortos.

 

Acessibilidade para todos

Andreza Ferriello CAU A33.109-0

A condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia dos espaços, equipamentos e mobiliário urbanos, dos transportes, das edificações e meios de comunicação traduzem o termo acessibilidade.

Mas a quem se destina a acessibilidade?

Uma pessoa portadora de deficiência física ou com mobilidade reduzida, mesmo que seja uma situação temporária, bem como as pessoas idosas que, conforme a Lei nº 10.741 de 2003 – Estatuto do Idoso, define como idosos as pessoas com mais de 60 anos, necessitam do direito de igualdade e respeito proporcionado pela acessibilidade.

Assim como na formação das cidades e espaços, os arquitetos e urbanistas exercem uma função social assegurando que exista a acessibilidade para todos.

Trata-se da arquitetura inclusiva que respeita e planeja a acessibilidade para que se cumpra o disposto no Decreto Federal nº 5.296 de 2004 e normatizado pela ABNT NBR 9050, prevendo entradas acessíveis por meio de rampas ou equipamentos mecânicos tais como elevadores ou plataformas, sanitários acessíveis com tamanhos, disposição de peças, barras de apoio e dispositivos de segurança, vagas de estacionamento reservadas com tamanho adequado e localização estratégica, sinalização que oriente e proteja portadores de deficiência visual, sinalização em geral, pavimentação, largura e desníveis de passeios públicos e acessibilidade em espaços privados.

As pessoas preparam a casa para a chegada do bebê, da mesma maneira deve-se pensar em preparar a casa para a chegada do idoso ou para a chegada à melhor idade. Prever espaços seguros e ao mesmo tempo acolhedores trará benefícios aos seus moradores bem como aos seus familiares. Piso antiderrapante, barras de apoio, corrimão e rampas são algumas das adaptações que podem ser feitas e que seguramente trarão segurança e liberdade aos idosos desse espaço.

Piso antiderrapante (Fonte: Pinterest)

Piso antiderrapante (Fonte: Pinterest)

Barras de apoio

Barras de apoio

Rampa

Rampa

Respeitar, acima de tudo, é reconhecer que todos têm o mesmo direito. As pessoas idosas ou com necessidades especiais enfrentam muitas barreiras, e por isso a importância que a acessibilidade seja tratada em toda a sua complexidade, abrangendo o ambiente físico, transporte, informação, comunicação e serviços. Esse já é um ótimo começo.

 

Incontinência Urinária em Idoso e a importância da fisioterapia no seu tratamento

foto fisio II

   Mayara Rodrigues – Fisioterapeuta

O envelhecimento traz consigo alterações físicas que podem ser mais acentuadas ou não. O envelhecimento do trato urinário também pode sofrer alterações mais graves ou não, que podem variar se o idoso apresenta ou não problemas de saúdes como Diabetes, doenças relacionadas com o corações e sistema circulatório, déficits visuais e até mesmo dificuldades de locomoção.

 De acordo com a Sociedade Internacional de Continência (International Continence Society – ICS) a incontinência urinária pode ser definida como a “perda involuntária de urina”, e é classificada em: incontinência urinária de esforço, Incontinência Urinária de Urgência e Incontinência Urinária Mista.

 – Incontinência Urinária de Esforço: Ocorre por conta da fraqueza dos músculos do assoalho pélvico. Esses músculos estão situados na região pélvica e atuam sustentando órgãos desta região e fechamento da uretra (canal por onde sairá a urina), desta forma quando o individuo faz força (tosse, espirro) ocorre perda de urina.

 – Incontinência Urinária de Urgência (ou Hiperatividade Vesical): ocorre quando há um forte desejo de urinar, que ocorre pela hiperatividade do músculo da bexiga urinária, gerando sintomas como: aumento da frequência de vezes para ir ao banheiro, noctúria (ir ao banheiro durante a noite) e urgência miccional.

– Incontinência Urinária Mista: é a perda involuntária da urina com os sintomas da Incontinência Urinária de Esforço e Incontinência Urinária de Urgência.

A Incontinência Urinária afeta de forma significativa a vida dos indivíduos acometidos podendo levar a alta morbidade, uma vez que afeta o paciente em nível social, psicológico, físico e sexual, diminuído assim a qualidade de vida de forma significativa.

O tratamento desse problema pode ser realizado através de medicamentos, fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e nos casos mais graves cirurgia da bexiga urinária. A fisioterapia pode ajudar no tratamento do fortalecimento da musculatura pélvica através de exercícios, estimulação elétrica e ainda orientações comportamentais, ajudando desta forma o paciente em diversos aspectos.

 

Referências Bibliográficas

Alves, AT. Atualidades no Tratamento da Bexiga Hiperativa. Jornal Brasileiro de Medicina, v. 94, p. 48-50, 2008.

Bogado SJ. Incontinencia de orina em la tercera edad. Rev Chil Cir 2001; 53(3):251-256.

Dedicação AC; Haddad M; Saldanha MES; Driusso P. Comparação da qualidade de vida nos diferentes tipos de incontinência urinária feminina.Revista Brasileira de Fisioterapia. 2009; 13(2).

Ferreira OGL; Maciel SC; Silva AO; Santos WS; Moreira MDSP. O envelhecimento ativo sob o olhar de idosos funcionalmente independentes. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(4):1065-9.

Reis RB; Cologna AJ; Martin ACP; Paschoalin EL; Tucci JR S; Suaid HJ. Incontinência Urinária no Idoso. Acta Cirúrgica Brasileira. 2003; 18(5):47-51.

Tamanini JTN; D´ancona CAL; Botega NJ; Netto Júnior NR. Validação o “King’s Health Questionnaire” para o português em mulheres com incontinência urinária. Revista de Saúde Pública. 2003; 37(2):203-11.

 

O uso de medicação no idoso

Uso de medicação

Leonice Martins Sapucaia

Enfermeira

Coren-SP 0100553

Será que existe algum idoso que NÃO faz uso de medicação?

Qual seria a resposta para esta pergunta? É quase certeza que não.

Atualmente 70% dos idosos possuem algum tipo de  doença crônica, sendo necessário o uso de um ou mais medicamento. É comum verificarmos uma receita médica emitida para um idoso ter mais de três medicamentos, fato muito preocupante, pois pode confundir o idoso  ou seus cuidadores quanto à administração, lembrando que muitas vezes o cuidador é seu companheiro, também idoso.

Outra preocupação é referente aos efeitos colaterais das medicações, em especial de medicamentos como anti-hipertensivos, antipsicóticos e antiparkinsonianos, que podem ocasionar queda da pressão arterial, alteração no andar, boca seca, confusão mental e retenção urinária. É de extrema importância estar atento a estas alterações e comunicar ao médico para que ele possa verificar a questão de interação e dosagem dos medicamentos.

Agora vamos compartilhar algumas dicas:

  • Na consulta médica sempre leve todos os nomes das medicações que o idoso utiliza, mesmo que não tenha receita (laxantes, fitoterápicos e vitaminas);
  • Para facilitar a administração dos medicamentos pode ser elaborada uma planilha contento: nome da medicação, dosagem e horário a ser administrado. DEIXE EM UM LUGAR VISÍVEL;
  • Ficar atento ao prazo da validade. Não utilize medicamento com alteração da cor, cheiro e com presença de grumos;
  • Guarde o remédio em sua embalagem original e em local seco;
  • Nunca utilizar medicamentos indicados por vizinhos, balconista de farmácia, amigos e familiares. A interação medicamentosa é um GRANDE risco para o idoso;
  • Não parar de tomar as medicações sem orientação médica. Em caso de reações, comunicar imediatamente ao médico e seguir as orientações.
  • Na consulta médica sempre perguntar sobre os possíveis efeitos colaterais, se a medicação necessita ser tomada em jejum, antes ou após as refeições, antes de dormir;
  • Buscar orientação seja na UBS (Unidade Básica de Saúde) ou com o próprio médico qual o procedimento para adquirir medicação de alto custo.
  • Solicitar ao médico que ele prescreva os remédios constantes na farmácia popular nas dosagens cadastradas.

Vamos ficar atento quanto as medicações que o idoso faz uso.

Deste modo será possível auxiliar de forma adequada no tratamento, proporcionando  um bom resultado.

LEMBRE-SE SEMPRE:

MEDICAMENTO CERTO

DOSE CERTA

HORÁRIO CERTO